Agora não mais, porque pude experimentar o quanto fui amparada em todos os sentidos - espiritual, familiar, médico-hospitalar e da minha própria força interior...
Passei a ver e enxergar a morte como ela deve ou precisa ser, como algo natural, gemelar à vida. Mas que aconteça quando estivermos bem velhinhos porque antes disso dói mais ainda ver alguém partir...
Refletindo sobre essa questão, lembrei de uns textos que escrevi, vou postá-los aqui:
CICLO DA VIDA
No último voo para fechar o
ciclo,
A coragem surge em voltas e
círculos
Desfolhando a história das páginas da vida.
Densa como uma trajetória de espinhos
Precisa ser resgatada e resolvida
Para que no momento sublime da partida
As asas possam se dobrar para cima,
Voar em paz em direção ao céu
Com a poesia que a mantinha viva.
Desfolhando a história das páginas da vida.
Densa como uma trajetória de espinhos
Precisa ser resgatada e resolvida
Para que no momento sublime da partida
As asas possam se dobrar para cima,
Voar em paz em direção ao céu
Com a poesia que a mantinha viva.
A Viagem...
Generosidade.
Quando penso em morte a primeira palavra que me vem à mente é essa.
Não há outro momento na vida em que precisamos mais dessa qualidade.
É aceitar que acabou o tempo por aqui e começará outro lá...
É sentir paz e levar no peito a certeza do dever cumprido.
Sem desespero. Com gratidão.
Levando no último olhar imagens carregadas de sentimentos...
Amor.
“Somos seres espirituais em uma experiência carnal”
(Chico Xavier)
Chegar e Partir
Deixa-me entrar,
Prometo ficar quieta
Nem minha presença vai notar,
Faça-me um chá,
Massageie meus pés,
Põe um jazz pra tocar,
Ofereça-me colo,
O pulsar das veias,
As batidas do coração;
Acolha-me, embala-me,
Faz desaparecer
O tormento de que o tempo
Não volta atrás;
Diga-me sem falar
Que a dor da saudade
Vai passar...