Não é minha face, Nem tampouco O corpo que olho E admiro, Mas a alma, A essência Da moça do espelho

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Asas...

Acordei com o gosto e o impulso
De retornar a um tempo onde
Podia voar ao encontro dos
Meus mais abissais desejos...

Lembrei-me que era no sótão
Que costumava guardar
Minhas asas;
Subi as escadas no compasso
Do meu coração,
Na velocidade e voracidade
De reviver e viver emoções...

Encontrei-as,

Com meus sonhos nas mãos,
Num canto,
Amareladas, descuidadas,
Quebradiças e despedaçadas,
Mas ainda lá,
Esperando eu voltar...

Diante de tal visão, 

Meus olhos, rasos d’água,
Das mais salobras,
Das mais doridas,

Das mais vívidas...


Foi aí que as tomei nas mãos
Numa tentativa
De senti-las minhas de novo
E também para consertá-las,
Mas quanto mais as tocava,
Mais se despedaçavam...

Tentei reconstruí-las
Porque queria aquelas,
Só elas sabiam todas as rotas
E atalhos  que me levariam
Rumo à felicidade...

Logo, percebi que possível,

 Não mais seria,
Dei um passo atrás 

Como que tentando
Distanciar-me de tantas emoções

Que me Tomavam 
Enquanto me devastavam;


Estava me sentindo misturada,
– eu, os sonhos e as asas –
Numa simbiose que me atordoava...

Aos poucos o silêncio me acalmou,
E fui me sentindo mais segura e forte,
E percebi, então, que  elas estavam ali,
O tempo todo, tatuadas em mim...






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