Não é minha face, Nem tampouco O corpo que olho E admiro, Mas a alma, A essência Da moça do espelho

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Se toque...



"A adversidade desperta em nós capacidades que,
em circunstâncias favoráveis,
teriam ficado adormecidas".

(Horácio)

Foi me tocando após minha filha ter deitado em meu colo e ter percebido 'algo' em minha coxa que descobri um linfonodo na região da virilha,  antes mesmo de ficar doente, ou seja, descobri a doença antes dela afetar órgãos importantes, por isso, não tive nenhum sintoma como febre etc.

Daí começou a via crucis... Quando recebi o diagnóstico (LH) fiquei muito chocada, foi como se tivesse levado uma pedrada ou sido atropelada.

A frase: ‘vou morrer’  já havia se tornado uma espécie de mantra a reverberar em mim.  Mas, com o decorrer dos dias fui aceitando a nova situação e refletindo sobre a vida. Eu estava sempre em último lugar. Tudo que era referente a mim, deixava para ‘depois’. Um ‘depois’ que nunca encontrava tempo...


Penso que a palavra de ordem é CORAGEM, em qualquer circunstância da vida, sobretudo nas que não são tão favoráveis...

Quando cheguei ao Oncologista Clínico, com o diagnóstico em mãos, parecia que o mundo girava em 'slow motion', sorte a minha que ao invés do pânico, tive a benção de ser invadida por uma 'rotação mais lenta'.

A começar pela pasta onde iria registrar todo o tratamento, tudo é novo, impactante e imenso...
O  folder que nos dão explicando o que é quimioterapia e seus efeitos colaterais, os esperados e os inesperados - intercorrências - que graças a Deus não tive nenhuma, tudo é apavorante!

Um tipo de 'passaporte' para entrar num submundo...

Como se a vida deixasse de nos pertencer... Como se naquele exato momento passassemos da condição de sujeito a de bomba relógio...


Logo na primeira consulta, meu onco me mandou fazer uma biópsia da medula na sala ao lado, era para saber a extensão da doença.

Antes, li o tal folder que falei anteriormente, já era início de noite e parecia que aquele dia tinha umas 48 h. Para chegar a tal sala, a de exames, tive que passar pelo salão de quimio, isso foi muito bom porque desmistifiquei - achava que iria encontrar um monte de baldes, o povo vomitando etc. Espera uma visão do 'inferno'... Como as dos filmes... Mas que nada, um salão bonito com poltronas elegantes, confortáveis... Uns batendo papo, outros cochilando, ouvindo música, no lap top etc.
Olhei discretamente procurando os baldes e não os vi. Ai, foi um alívio e tanto!


A biópsia como comentei, anteriormente, é surreal, dói até a alma, acho que deveria ser feita com medicação para dormir, acordado é torturante, dói antes, durante e mais ainda depois...

Perguntei a enfermeira se a quimio era parecida com aquilo, ela disse que não. Comentei que tinha horror de vomitar e tinha dois pedidos para Papai do Céu diante da minha inusitada realidade:

1º não vomitar e 2º não morrer, exatamente nessa ordem!

Tamanho é o meu pânico em relação ao vômito. Ela disse que existia um remédio poderoso, Nausedron, que não ia permitir que eu vomitasse, só iria ter enjoos. Ela me disse também que o mais difícil para as mulheres era ficar careca. Logo respondi, que quanto a isso não teria grandes problemas, que até poderia achar engraçado, e também o cabelo tornaria a crescer...


Foram seis meses de quimioterapia (Eca!!!), a cada quinzena... Durante os ‘bodes’ das quimioterapias, tive tempo de rever minha vida, valores, prioridades, desejos.

Superar cada efeito colateral foi como morrer para mim mesma e renascer mais forte e humana: como uma Fênix
!



Agradeço a Deus, meus familiares, equipe médica e amigos por todo apoio, amor e carinho!!!



                                                                         

Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas

(Flávia Fontinhas)



Linfoma é uma neoplasia maligna, ou seja, câncer da célula linfóide. A linfóide é uma célula que circula no sangue, é agente de defesa contra infecções, vírus e outros agressores ao organismo, participando do sistema imune humano. Os linfomas podem ser descritos como o crescimento descontrolado das células linfóides.


A fim de alertar a população mundial para esse tipo de câncer, seu diagnóstico e suas formas de tratamento, dia 15 de setembro ocorrerá simultaneamente em mais de 20 países, e pelo quarto ano consecutivo, o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas.


A campanha pretende evitar o aumento de casos de mortalidade e possibilitar seu diagnóstico precoce. A ação global é realizada pela Coalizão Linfoma, uma organização sem fins lucrativos de grupos de pacientes que apresentam a doença. No Brasil, o evento é organizado pela ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) e visa ampliar o conhecimento da população acerca dos linfomas.


Segundo o professor e pesquisador do Serviço de Hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dr. Rodrigo Doyle Portugal, os linfomas não têm uma causa estabelecida, mas os principais agentes diretamente envolvidos são virais – os vírus da mononucleose, o vírus do HIV e o vírus do HTLV-1 predispõem o surgimento de linfomas.


Há pelo menos 20 diferentes linfomas, agrupados em dois grandes tipos: os linfomas Hodgkin (LH) e os linfomas não-Hodgkin (LNH). Os linfomas Hodgkin podem ser os mais agressivos, necessitam de um tratamento mais intenso. Já os linfomas não-Hodgkin podem ser caracterizados os indolentes, ou de baixo grau de malignidade, o que permite, às vezes, ao paciente, ficar apenas em observação.



“O principal sintoma dos pacientes da doença é o aumento dos linfonodos, ou nódulos linfáticos, principalmente na região cervical do pescoço, na região axilar ou na região inguinal da virilha. Outros sintomas recorrentes também são: febre, perda de peso e suor, principalmente à noite”, explica o doutor.



O diagnóstico é feito pela retirada e biópsia de um desses linfonodos. Se realmente for constatado o linfoma, o tratamento mais adequado é a quimioterapia, a ser iniciada o quanto antes. “O linfoma Hodgkin precisa de tratamento imediato com quimioterapia venosa, enquanto os linfomas indolentes podem receber uma quimioterapia mais simples, às vezes com comprimidos; existe até a possibilidade de alguns pacientes não serem tratados”, diz o professor.


Segundo Rodrigo, a radioterapia também é utilizada, mas em geral é complemento da quimioterapia. “A radioterapia só é usada para linfomas muito localizados ou para remover algum resíduo deixado pela quimioterapia. Mas é raro o linfoma estar em um ponto só, mesmo que um segundo ponto não esteja facilmente visível. A princípio, o linfoma é considerado doença sistêmica.



É importante que os pacientes não se desesperem; ao procurar um especialista logo aos primeiros sintomas da doença as chances de cura são muito altas. “De um modo geral, os linfomas, mesmo em estado avançado, têm uma resposta boa ao tratamento. Com os tumores sólidos em estágio avançado, como mama e estômago, entre outros, a resposta não é tão boa. Para os linfomas existe uma boa perspectiva de cura.

Hoje em dia, bem mais do que a metade dos pacientes são curados”, afirma o doutor.

No Brasil há muitos casos, mas poucas pessoas conhecem a doença e seus sintomas. Esse evento é importante para isto: somente com o conhecimento e a conscientização da população os sintomas serão identificados e a doença poderá ser diagnosticada precocemente, evitando diversas mortes.




                                               
                                      











De Volta Ao Começo
E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar e escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse
Ao fundo do fim
De volta ao começo

Ao fundo do fim
De volta ao começo

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